Saturday, July 31, 2010

Parte II. Vale do Mosel, LUXEMBURGO e Trier: em poucos dias, combinação perfeita

Postão-postaço-postãoaçu. Finalmente a Parte II (sobre Luxemburgo) da minha viagem para o vale do Mosela! Ainda falta pelo menos um post sobre Trier e um sobre quando pegamos o carro no dia de vir embora e dirigimos seguindo a margem. Para quem não sabe do que eu estou falando, os post anteriores:

Luxemburgo. É uma coisa! É uma viagem na história. Foi o primeiro lugar na minha vida onde eu vi um museu de arte moderna, com uma arquitetura super moderna, ser construído sobre as ruínas de um forte romano. O antigo e o moderno dialogam o tempo todo, sem se "agredirem". Fora que, por mais que esteja cheia de turistas e moradores, você não se sente sufocado, empurrado, abafado... Há espaço, mesmo nas ruelas do centro antigo e mesmo durante os concertos concorridos na praça Guilherme II  (Willem II, "cRaro") e na "multidão"sentada nos cafés da Praça das Armas. É uma cidade agradável. Equilíbrio acho que é a palavra certa. Há uma quantidade enorme de portugueses, como a Rô comentou no outro post, que formam a maioria de imigrantes, mas também esbarrei numa quantidade considerável de brazucas pelas ruas. No almoço pude conversar com a garçonete, de goiânia, e ela comentou que realmente tem uma comunidade brasileira grande por lá. Gente, tem até um barzinho brasileiro em pleno centro antigo. Ok, também temos em Amsterdã (e mais de um). 

Fomos de carro e com a ajuda do São Tom-Tom foi fácil. Dica: abrimos o guia de Luxemburgo, no mapa e pegamos o nome da rua de um dos pontos turísticos que queríamos ver (de preferência no centro), colocamos no GPS e pronto! Assim vocês têm por onde começar a procurar um lugar onde parar. Paramos na avenida Monterrey, num estacionamento debaixo do parque da cidade, apenas um quarteirão ou dois do centro antigo e por €1,50 a hora! Para quem usa estacionamento rotativo na Holanda (e mesmo os de shoppings no Brasil) isso não é nada para um estacionamento bem no coração turístico do lugar. Bem perto do estacionamento e ao redor do centro há um terminal de ônibus. A estação de trem não fica no centro antigo e foi uma das poucas coisas que me decepcionou em Luxemburgo. Achei mal cuidada. 

No caminho para o estacionamento vimos que bem em frente à igreja de Notre Dame e próximo à ponte Adolphe (a lindona, famosa) havia um ponto daqueles ônibus de dois andares para city tour e decidimos começar por lá. Vimos a ponte, o vale... E vimos os ônibus e o trenzinho, os dois da mesma empresa. Ao lado há um guichê para os bilhetes, a "passagem". Chegamos a duvidar se valeria a pena pelo preço: 14,50. Gente, vale! E os tickets também valem... Por 24 horas :-P Não é um tour fechado, daqueles em que você senta e ele segue um roteiro mostrando tudo e você não conhece nada. É uma linha, que têm 8 paradas em pontos estratégicos da cidade onde você pode descer, conhecer... e pegar o próximo (a cada 20 minutos). Você recebe também livreto com um mapa da cidade com a rota marcada dos ônibus e horários e um fone para, no caminho, ir ouvindo sobre os pontos de interesse, com vários idiomas. Pegamos no ponto 1, descemos no 5 (filarmônica, museu de arte moderna). Aí está a vantagem! O ônibus não fica restrito ao centro que dá para conhecer a pé. Ele sai do circuito, então você tem a chance de ver coisas que não veria normalmente em um dia caminhando, fazendo um tour a pé. 

A Filarmônica é um prédio moderníssimo no coração financeiro de Luxemburgo, perto do "portal da europa", do museu de arte moderna e do museu dos fortes. Valeu para conhecer os três pela arquitetura e o contraste entre as ruínas de um forte romano e as linhas modernas do museu. Luxemburgo estava com uma exibição, mostra de design, mas nada de fenomenal. De lá, com o ônibus, fomos para perto da estação central, onde há um centro menos turísitico, com comércio e bares mais para os moradores. Almoçamos na praça Paris (com vários cafés), num restaurante chamado Replay. Fomos recebidos em francês, mas imediatamente trocamos para o português. O rapaz nos indicou a mesa e também uma garçonete brasileira, a de goiânia que eu comentei. um doce de pessoa. A comida e o preço eram ótimos também. Um steak-au-poivre com legumes (com tempero!), batata frita e salada a parte, bem servido era coisa de 13, 14 euros. E durante a semana eles servem o menu do dia que é ainda mais barato.  

Com a energia renovada pela barriga cheia, voltamos para a estação e pegamos o "ônibus-canguru" de volta para o centro antigo. Não descemos na parada 1, onde compramos o bilhete, mas na 3 que é o centro histórico de fato. A escolha foi porque ficava exatamente no lado oposto de onde começamos e assim terminaríamos, mortos e felizes, perto do carro. No centro histórico, fomos primeiro à igreja de São Michel (que já foi igreja da Redenção um dia), linda. 

De lá fomos para as casamatas. Imperdível!! A entrada custa 3 euros. Basicamente é uma confusão de corredores medievais de pedra, escuros, com escadas impossíveis, mas a sensação de voltar no tempo, a esfera misteriosa, garante o passeio. Isso se vocês, como eu, forem chegados em história. Gente, tinha famílias com crianças e... Um pai-herói com um carrinho de bebê, subindo e descendo as coisas mais impossiveis do mundo. Eu também não estava preparada para as casamatas e estava de saião branco e anabela hahahahah Mas, deu. Sem tirar o sapato. Sem descer do salto! Se eu soubesse antes que iríamos às casamatas... Mongol que eu sou. Bom, mas o pai-herói me deu dó. Tanto que eu tive que avisar a ele que não valia a pena, ao ver que ele estava deescendo a escada pra entrar num corredor com escadas e curvas que dava em nada, com a mulher vindo atrás com o pimpolhinho de 1 ano. Ah, eram americanos, ou como diria meu primo Arnaldo, estadunidenses. 

Das casamatas, com vistas incríveis, fomos subindo pelas vielas até a praça do nosso querido e amado salve-salve rei Guilhermão. Willem II numa estátua enoooorrrmmmeeee. E só lá, em Luxemburgo, é que eu fui saber, fui ouvir que "dizem que ele era gay"! Eu sabia até que ele tentou fazer de Tilburg uma "Versalhes holandesa" hahahahaha Que o palácio dele aqui em Tilburg está lá, branquinho, onde o povo casa no civil, onde van Gogh teve aula de pintura... Mas não sobre o babadíssimo. A praça estava animadíssima com palco, show bom, infinitas mesonas de madeira à la piquenique, os cafés ao redor... Mas, seguramos a sede e fomos primeiro à Notre Dame, que não é a de Paris, mas é linda também. Ela já foi chamada igreja de São Nicolau, provavelmente enquanto os Nassau estavam por lá.

De lá voltamos para a praça, para uma merecida pausa, com direito a um curumim caracterizado de Ronaldo bem pertinho da gente. Dali sabíamos que o negócio seria mesmo ir voltando para o carro devagarinho. Estávamos exaustos. Talvez desacostumados com o sol, ladeiras,..., essas coisas que não achamos fácil na tamancolândia. Passamos pela praça das armas, com todas as fast foods e mais algumas em meio aos cafés tradicionais, um mercadinho de pulgas interessante.. Fiquei doida por um anjo e uma galinha colorida, mas fui contida :-P
Ao chegar na entrada do estacionamento, fomos conhecer um pedaço do parque da cidade. Lindo. O parquinho é uma atração a parte! Desses que fazem a gente pedir para voltar no tempo, ou para que não tenha ninguém olhando... Mas, domingo de sol é impossível ter um parque vazio e, muito menos, um parquinho. Tive que me segurar mais uma vez ;-) Adorei ver que eles têm nas entradas dos parques caixinhas com saquinhos para cocô de cachorro (a vontade e de graça). O saquinho é lindo, com 1 basset hound estampado. Tive que pegar um para mim, mas não para usar com a Kira. E assim nosso dia em Luxemburgo foi acabando... Ainda deu para nos surpreender com a saída do estacionamento: ruínas de outro forte no caminho e vagas de carro para "dames". Pena que nao deu para tirar fotos das vagas, mas deu para pensar em várias piadinhas infames... Não! Eu não vi se eram mais largas, com parede de borracha... Nem vem. 

De volta a Nittel, pés para cima, vinho na mão e um belo de um pôr-do-sol às 21, 21h30. Ahhh, vida ruim. Ainda deu para darmos uma olhada rápida no que nos esperava no dia seguinte em TRIER!!!


Beijos!!!! 


Friday, July 30, 2010

Acordei Laiálaiá

Bom dia, quase boa tarde!

Gente, acordei totalmente laiá laiá hoje. Não só de bom humor (geralmente acordo), mas no ritmo de samba. E de samba bom! Nem acreditei!

O despertador daqui é bonzinho: primeiro música, depois aquele piiiiipiiiipiiii dos infernos (necessários de vez em quando). Eu deixo na SkyRadio porque, em teoria, toca músicas mais suaves e não tem falatório de dj engraçadinho de manhã cedo. Mas, toca de tudo. Hoje, na hora que o despertador tocou estava no meio de um mix, remix sei lá o quê de sambas e, gente, de samba bom! Pelo menos a parte que eu ouvi antes do sonolento ao lado descer a mão no botão e eu quase nele ;-) Eu acordei, juro, assim: "Hã?! WTF? Eu ô dormindo? Ih! hahahah" e saí cantando junto antes mesmo de me espreguiçar.

Que sensação boa, sensação de "casa"! Ok, eu gosto de samba, sempre ouvimos samba bom na minha casa, mas acho que qualquer brasileiro (ou pelo menos a maioria) longe da terrinha se sente em casa quando é pego de surpresa com coisas do tipo. Eu tive que me lembrar da LininhaMeiasPalavras, quando ela contou sobre a Daniela Mercury no ônibus. Eu fui até ver se meu celular estava ligado. Depois eu me lembrei que nem músicas eu tenho nele e que também teria que estar muito alto para eu ouvir pelo headphone, que também não estava plugado. Mas, é como a Line falou e eu não poderia fala melhor: "depois que a gente sai do Brasil a gente passa a gostar de coisas inimagináveis, e reagir a qualquer estímulo/som/cheiro que nos lembre a terrinha, hehe! "


É a mais pura verdade! Ok, no caso dessa manhã foi um plus por eu gostar do estilo, por eu gostar do pedacinho do samba que eu ouvi... Mas por várias outras vezes já me peguei ouvindo empolgadíssima a músicas brasileiras de que eu não gostava, cantarolando coisas incríveis... "Chorando se Foi", versão Kaoma, é um clássico do verão holandês desde os anos 80! O marido teve até aula de lambada (huahauhauhaua) na escola! E dá um certo "orgulho-com-vergonha-de-assumir-o-orgulho" de ouvir. Tocou tanto no verão passado, com a tal versão remixada que até encheu. Encher por tocar demais não é exclusividade de música brasileira. A melhor época para se ouvir "hits" é no ano seguinte. Sim, e a versão "mais que nada"do Sergio Mendes com Black Eyed Peas...

Fora esses 2 exemplos estourados no mundo, volta e meia toca uma coisa muito nada a ver, como uma versão de "Segura o Tchan" que eu ouvi no meu primeiro carnaval de tamancos. Eu passei mal de rir, sozinha no meio do Pub lotado de holandeses em suas roupas de vacas peludas, palhaço e afins. Pelo menos era um dia em que eu era a mais sóbria do lugar e a mais "normal", porque eu paguei um mico, um gorilão daqueles: comecei a cantar junto e ainda arrisquei a fazer aquela coreografia sensacional (e fui acompanhada por alguns). Gente, não era simplesmente "Segura o Tchan". Era uma versão mais rápida, um remix e o treco era tão estranho, mas tão estranho... Parecia uma japonesa-soprano cantando é o tchan em 78 RPM. Nunca achei a versão...

Mais "rotineira" que o Segura-o-Tchan-em-japones-78RPM, é "Borbujas de Amor" - a versão do Juan Luis Guerra (o link ainda é para um vídeo com cenas da Pequena Sereia) para aquele clássico do Fagner, "Borbulhas de Amor". Essa toca volta e meia e ainda está no TOP 101 da rádio ahahahahah

No carnaval de Brabant é possível ouvir versões das nossas marchinhas que já de tão antigas por aqui as pessoas nem imaginam que sejam brasileiras (Até porque não se parecem com samba, e aqui...). Versão da "banda" de Chico. E, por falar em Chico... Há versões maravilhosas, especialmente em francês, na minha opinião. No site do próprio Chico Buarque tem uma lista com as versões pelo mundo (mas a lista em francês não tem Tu verras - o que sera, e a versão de partido Alto). Eu amo La nuit des masques (A noite dos mascarados). o link é uma versão com Elis Regina e Pierre Barouh, Le Chevalier (João e Maria) que é linda demais, mas não acho para comprar, baixar ou video no you tube. Pelo menos não a versão mais antiga. Tem uma versão com uma brasileira chamada Bïa Krieger que também é maravilhosa: ela canta a original em português e em seguida a em francês. Ela também canta outras versões (noite dos mascarados, rita - Remi...). Essa dá para comprar, baixar o CD por um preço bem razoável, ou só as faixas... E vale a pena!

Le Chevalier ouvi pela primeira vez ainda no Brasil, nas aulas de francês com Monsieur Arnaldô no PROLEM. Aliás, ouvíamos tanto a música quanto estudavamos o livro (com um certo exagero), é o estilo dele e com é bom. Ouvimos algumas outras versões lindas de músicas brasileiras. Uma foi "Fais commme L'Oiseau" (Se você quer rir, abra os olhos e assista ao vídeo! É muito coreografia dos anos 70. Se você gosta da música, feche os olhos :-P), em cima de "Você Abusou".

Para quem gosta, eu achei na wikipedia uma lista de versões francesas para músicas brasileiras.

Gente, olha o post! hahahaha. Para variar. Acordei "Laiá Laiá", e o post terminou mais para "Estava a toa na vida". Passei mesmo para dividir o bom humor com vocês, algumas musiquinhas...

É claro que eu já enviei um e-mail para a skyRadio perguntando o nome da bendita música e, se eles me responderem, corro para editar o post e colocar o nome e quem está por trás do remix!

Beijo!!!

p.s: Esqueci de uma! Cliquem aqui e ouçam. Reconheceram? Pois é! A festa do Rei Negro, do Salgueiro! Essa tocou na rádio outro dia (o refrão, e ainda num Remix) e o E. deu um pulo e começou a rir. Ele adora o sambão original.

Wednesday, July 21, 2010

Essas afleidings da vida...

Oi, oi! Boa tarde!!!

Eu sei, sumi! Eu sei, entrei de cabeça no tal do silêncio do último tópico! Tudo culpa da coisa da "afleiding" (distração).

Está tudo absolutamente normal, tudo bem, nada de novo, nada de diferente... Ou melhor, quase nada. Sumi porque o dia deveria ter 72h hahahaha E eu não consigo escrever postinho. Adoraria, mas não consigo! Até tento, mas... Nãoooo consigooo. Então, não me sentia bem em ter que escrever correndo só por escrever. Apesar de ter um monte de rascunho salvo pela metade, apesar de estar ainda devendo o resto da viagem a Luxemburgo...

Eu comentei em um outro post que faço terapia por aqui e, sim, em holandês. Amo. Não quero largar. Tanto que fui liberada da original mas tratei de arranjar um outro ponto que queria trabalhar, e ai continuei hahaha O tal ponto existe, não inventei. Quem me dera. Bom, mas é tudo relacionado diretamente a minha ansiedade. Nasci ansiosa. Acho até que seja uma coisa genética porque mue pai é tão ou mais que eu :-P O problema é que ansiedade é um monstrinho que vai sugando, sugando... A coisa toda vira uma bola de neve, cria raízes dificeis de se livrar, vira um emaranhado de nós (sabe cordão fininho que vai para a caixa de jóias e quando você resolve usar... A ansiedade faz assim com a gente :-P). Que seja. Agora eu estou trabalhando meu lado compulsivo por lá e está tudo indo de vento em popa (e olha que a "popa"aqui é grande! :-P Que horror), só vou 1 vez por mês, mas sempre tenho "deveres de casa" e adoro. O último é achar distrações (em holanês distração é afleiding, daí o título) pra minha cabeça enrolada.

"Ah, mas e seus Hobby's lá do outro post?" Continuam! A pintura está de férias como quase tudo no "mundo véio" nessa época. "E você nào pode pintar em casa?"Posso! E faço. Mas tem dias que o humor não está para isso. E para pintar/desenhar tem que ser com calma, vontade, com alguma coisa que motive, ou não funciona. Vira linha de produção e essa não é a idéia, né?!

O quintal está lá! Lindão, cheio de ervas daninhas, mas lindão. Dando morango, 5 tipos de tomate, maracujá crescendo, pimentas prestes a "pimentar", as couves estão um arraso, o quiabo cresceu também, os hibiscos estão dando as caras... Masssss, não é uma distração para todo dia, toda hora, qualquer lugar. É um pouco mais "pesado". E não é sempre que o monstrinho numero 3, fibromialgia (esse é o meu caçula, so fui descobrir que morava em mim há uns meses), libera para eu meter a mão na terra com vontade.

Por essas e por outras, apesar do bloguim já ser uma das minhas distrações favoritas (e mais eficientes), resolvi dedicar meu tempo a essa "busca" ;-) E gente! Estou me saindo bem! Achei um monte de treco interessante para me distrair. Uns mais concretos, outros mais compromissados (com dia, hora), outros mais soltos...

Vou voltar para a água! Para onde eu comecei: Piscina. Comecei a "nadar" aos 4 meses de idade e nadei boa parte da minha vida. Teve uma hora que enchi o saco. Agora a vontade voltou. Tem umas hidros por aqui que são bem legais: hidro jogging, spinning, BBB (bil, been, buik: bunda, perna e barriga. Estilão bem brasileiro, não? hehehe) e umas menos radicais, mas tenho que ir com calma. Decidi que vou fazer uma aula experimental de Ioga. Se conseguir combinar os 2, "estou salva" hahahaha

E estou brincando com os dedos. Ha! Eu sou desenhista industrial, mas minha paixão é ilustração infantil e trabalhar com criança, então achei uma distração que é uma senhora terapia e meio que misturo tudo o que eu gosto: comecei a mexer com feltro, papel, fazer coisinhas e dedoches. Estou adorando. Mas está beeeemmm no começo. Recomendo! É um material baratinho, dá para levar para qualquer canto, não faz bagunça demais e... distrai.


Fora que estou distribuindo melhor meu tempo pela semana e fim de semana - importantissimo, gente - dosando as atividades, mesmo as hiper legais, porque também demandam energia. Pela primeira vez na vida, estou me organizando  e me organizando justamente por estar me distraindo hahahahahahaha Quem diria! Até para poder estar mais por aqui, mas também vivendo melhor a vida real que é a mais importante, né?!

É isso! Um postão, beeem pessoal, só para dar notícias.

Saudade!

Fefa

Tuesday, July 6, 2010

Silêncio... Ah, o silêncio...

Vocês já tentaram ficar totalmente em silêncio? Ouvir o nada? Eu já! É incrível. Mais incrível foi eu ter feito isso falando "pouco" como eu falo...

Eu sou barulhenta, estabanada, faladeira... Ou seja, silêncio nunca foi meu forte. Mesmo para estudar, trabalhar eu preciso de, no mínimo, música. TV é um plus hahahaha Por exemplo, agora estou aqui escrevendo, mas a BBC está "falando"ali no cantinho. Desde que cheguei na Holanda descobri que o silêncio é bom. Acho que também pode ter a ver com a saudade e a "solidão do que somos acostumadas", sei lá. Aprender a gostar do silêncio foi essencial na minha batalha contra o meu monstrinho estresse e está sendo contra a monstrengosa ansiedade. Eu TIVE que aprender a me ouvir, a meditar, a respirar e assim conheci o silêncio. 

Quando eu digo silêncio, não é o silêncio angustiante do nada, do vazio... Não. Isso não. É o silêncio do barulho, não dos sons, não do ambiente. E considere também os pensamentos como barulho. Nossa as vezes eu estou tão barulhenta por dentro que dá vontade de sair correndo de mim mesma hahaha É o silêncio que nos permite ouvir sons maravilhosos, sons que a gente nunca percebe e ouvir a gente também. 

Hoje de manhã, como sempre faço, fui levar a filhota para uma voltinha, o xixi matinal. Vamos sempre que dá vontade ao parque aqui ao lado. É um dos meus cantinhos. Mas, o meu parque não é o parque do fim de semana, do meio do dia ou da tarde. Aí é o parque dos outros, o parque legal aqui do lado, mas não o meu. O meu parque é o parque dorminhoco, das manhãs preguiçosas ou trabalhadoras. E hoje de manhã o meu parque estava mais meu que nunca. Que delícia foi entrar no silêncio de lá. Acho que ajudou o dia estar lindo, estar bem quentinho desde de manhã. O calor das primeiras horas de sol é diferente, já repararam? É um calor mais agradável, parece calor de abraço de vó hahahahaha 

No parque há um lago. E eu amo esse lago.   O lago é o coração do parque (o do meu parque e o dos outros), no inverno as pessoas ignoram - quando dá - a pista de patinação, que volta e meia montam por aqui, para aproveitar o laguinho. Pode até ser pelo estereótipo de pão-durice holandesa, mas eu acho que é porque é mais bonito, mais "gezellig" (a palavra holandesa que não tem significado em portugues, como a nossa saudade para a maioria do mundo. A pronúncia é algo como "rezela" e seria alguma coisa como aprazível, cosy). No outono fica com as cores de outono, com os patinhos, na primavera os lírios d'água começam a aparecer, as outras plantas-aquáticas também, filhotinhos de marreco, pato, coelho... É como estar num clássico Disney hahahahahaha Mas no verão, ou melhor, quando esquenta um pouquinho e as pessoas começam a dar as caras cedinho, o parque muda. E eu descubro que mais gente - geralmente as mesmas pessoas todos os dias - curte o silêncio do meu cantinho e divide o Meu Parque comigo. E isso é ótimo.

Cedinho esses parceiros de silêncio estão lá, ao redor do lago, sentadinhos nos bancos lendo um livro, jogando pão para os patinhos,..., ou nas rampas de pesca (sim! isso mesmo! Umas 4 ou 5) com uma cadeirinha de praia, os apetrechos todos... E eles pescam! Tem cada peixão!!! Fiquei impressionada.

A primeira vez que vi os peixes grandes do lago foi numa manhã dessas, mas em outro ano, atravessando a ponte, olhando as plantas... De repente um barulho estranho, quando eu olho pro lado, os peixões ficavam "rolando", meio que na superfície, por entre os lírios. hahahaha Bom, mas os meus "companheiros de manhã" são companheiros. Ninguém se conhece, ninguém nunca chegou perto um do outro, nos respeitamos dentro da nossa rotina, como numa meditação em grupo. Algumas vezes cruzamos olhares, acenamos com a cabeça, sorrimos e seguimos no silêncio.

As únicas coisas capazes de atrapalharem esse transe matinal :-P são as bicicletas da criançada indo para a escola ouvindo radinho, tagarelando... Mas isso dá até para abstrair e colocar como parte dos sons de fundo, ao invés de barulho. Algumas vezes não dá... Daqui a poucas semanas entrarão de férias hahah E a minha filhota 4 patas, minha parceira de aventuras pelo parque que quando quer tem uma boca maior que a minha e enfrenta o mundo, mesmo que o mundo não queira enfrentá-la. Nas manhãs eu faço o que eu posso para que ela fique tranquila e entre na sintonia. Mas quando a garça alça vôo a nossa frente, ou quando um sapo pula, ou quando (e principlamente) um cabecinha de queijo corta caminho pela grama ouvindo hip hop com uma latinha de energético na mão (sim, pq os cabecinhas-de-queijo, criança ou adolescente, muitas vezes se acham os "mano" e se vestem iguais aos negões do Harlem americano, não do Harlem original, próximo a Amsterdã)... Aí a Kira se rebela. Acho até que protestando pela quebra da nossa caminhada em paz hahahah Aí só me resta pedir desculpa com outro gesto aos amigos de matina e seguir em frente. No silêncio bom!

Nunca tentou ouvir e sentir o bom silêncio? Tente! Vale a pena.

Beijoooooooooooooooooooooooooooo