Monday, June 21, 2010

Oi, oi! Um cadim de tudo e nada

Oi, oi gente! Passando só para dar um alô e dizer que eu estou sumida, mas tenho lido. Sumi porque, aém de estar hiper enrolada com coisas de rotina, cheia de coisa por organizar (sempre!!), ainda é copa... Então o tempo está super curto apra escrever posts como eu gosto de escrever, de me dedicar como eu acho que tenho que me dedicar.

Nesses dias surgiram várias idéias pra posts, situações , temas... Para quem tem blog: Vocês têm isso também?! Eu sempre tenho e sempre esqueço de anotar. É o mesmo com ilustração, desenhos... Sempre tenho idéias quando não tenho papel :-P E depois sempre esqueço.

Mas, ok, é só mesmo para dar sinal de vida, dizer que está tudo bem pela tamancolândia. Que essa primavera-verão é a mais doida que eu já vi... Do nada voltamos para 15oC quando já era para estarmos bem acima de 20oC (hoje começa o verão, aliás). A minha porção Chico Bento vai de vento e popa- que eu milagrosamente ainda não falei muito a respeito por aqui, da minhas experiencias com plantinhas e hortinha no quintal (é tanta coisa que de repente vou criar um blog a parte hahaha). Tudo está brotando (menos a pimenta biquinho que ganhei da minha "amiga prestes a explodir", Nessa. Mas tomates de 4 tipos (e mais um que vou plantar agora! Comprei so para pegar semente hahahaha É lindo! chamado Tomberry, o menor tomate do mundo! tenho vermelho e amarelo), kiwi, mirtilo, uva roxa, morangos, alecrim, lavanda, salvia, oregano, manjerona, segurelha, 3 tipos de tomilho, batatas mil (juro!), até maracujá está crescendo! 3 tipos de pimenta, fora a biquinho... Até jiló e quiabo estão grandinhos! Tem ainda nas sementeiras 2 tipos de manjericão, alfavaca, abobora-moranga e melão gália, pra desespero do "cabecinha-de-queijo que eu tenho pra chamar de meu", que adora, morre de rir, mas fica imaginando onde eu vou colocar a maioria no proximo inverno, já que no passado com 1/10 das "experiencias"eu coloquei tudo pra dentro de casa e já virou uma selva hahahahahaha Ah, e não, eu não moro numa fazenda, mas numa típica casa de classe-média, com um quintal normal, geminada :-P Mas, sou doida por essas coisas e planto em qualquer mini-espaco. Um dia posto só sobre isso ahahahaha Mas já digo que dá para plantar até em pet cortada (já vi uma beterrabona de respeito em meia pet!). É só querer.

Ah, a porção tia Nastácia também... Vai de vento em popa, até demais hauhauhauahauhau Tenho desenferrujado os dedinhos para desenho com mais vontade também... E reativado minha paixão por filmes e animação que andava meio quietinha! Aliás, comprei Labirinto -aquele claaassssiiiicccoooo dos anos 80, com David Bowie de rei dos duendes - eu achava ele lindooo quando eu era pequena! Nesse papel! com as criaturinhas do Jim Henson... Aquele filme perfeito de onde a Xuxa sugou tudo e mais um tanto para o Super Xuxa contra o baixo-astral hahaha Salve-me. Alias, as criaturinhas da versao tupiniquim salvaram o filme. Achei na minha locadora a versao dupla de colecionador, cheio de extras e coisinhas que atraem por 9,99 (euro, claro)! Também comprei Coraline! Amo!!!! E comprei Coraline duplo, com direito a 4 oculos para 3D (papel, né?!) por 5 euros! Salve a coleção da universal cheia de filmões e por esse preço. Não quero nem passar perto. Marquei mais de 20 no catalogo que eu achei interessante. Ui.

Filhota quatro-patas está linda, como sempre, nos surpreendendo a cada dia, uma coisa fofa. Soltando pelo para cacete... Só detesta vuvuzelas e buzinas de pressão. Relaciona com meu chapelão do Brasil (daquelas cartolonas) e se eu coloco o chapéu na cabeça ela coloca o rabinho entre as pernas! Uma dó! Mas depois senta no meu colo, segura a aba do chapéu com a boca e puxa pra baixo enfiando o chapeu na minha cara no melhor estilo "cade cade?" "Kiekeboe". Juro. Aí eu me apaixono!

Nossa, já virou um postão! E um postão sobre nada e sobre tudo. Mas o blog é sobre isso tmabém, então não tem problema! Vou ficando por aqui por hoje! Ainda estou devendo a continuação da viagem a luxemburgo, eu sei! Já está no draft, mas sem fotos :-P

Beijocas e um ótimo dia!

Monday, June 14, 2010

3 anos de Tamancos!!!


Parece que foi ontem, mas foi há 3 anos atrás!

Dia 9 de junho fiz 3 anos de Holanda... 3 anos desde que cheguei aqui cheia de saudades (só fez aumentar), curiosidade (também), receio, medo... E feliz da vida. Em três anos me sinto adaptada e muito bem adaptada a esse país tão diferente do meu Brasil. Em três anos aprendi a ser mais tolerante, mais pé-no-chão, mais simples, ainda mais curiosa. Aprendi a relaxar (mas isso só agora! mês passado :-P), a lidar com emoções que nem eu sabia que seriam capazes de ser tão presentes e tão fortes, mesmo sendo eu pura emoção desde sempre (mas isso, na verdade estou aprendendo, e é um gerundio pro resto da vida :-P), a tentar "passar óleo nas costas", a ser ainda mais solidária, a valorizar ainda mais meus lugares, minhas histórias, minhas qualidades e meus defeitos... E valorizar acima de tudo e mais ainda meus amigos de hoje e de ontem, minha família, minhas conquistas, meus tropeços... Essa mudança foi bem mais do que uma mudança física, foi uma mudança interna, foi um mergulho em mim mesma, encarar de frente e dando a cara a tapa tudo aquilo para que eu fechava os olhos, crescer e virar gente grande... Parece exagero, mas não é. Pelo menos, não para mim, mas também exagero é meu sobrenome, ou melhor, intensidade hahahaha

Em 3 anos ganhei novos hábitos, novos amigos (amigos de infância, inclusive, desses que eu sei que posso contar e confiar e que eu abro meus braços e casa sem medo), ganhei novos causos pra contar, novos "passados" para lembrar,... até hobby's eu ganhei! Ganhei um marido, e ganhei um marido 2 vezes! Mas, um só, o mesmo. Ganhei uma filhota 4 patas. Ganhei "pais-limpos" (schoonouders, traduzindo literalmente :-P Sogros em holandês) maravilhosos, tios e primos para aumentar ainda mais minha família. Ganhei sonhos, anseios, saudades, "E SEs..." para pensar e esquecer...

Virei balzaca na Holanda. Virei mevrouw, "senhora", dona... Ganhei um sobrenome, mas só no social, um a mais para a minha coleção. Coleção porque já tinha três! Arranjei umas ruguinhas também, e banhinhas que aprendi a tolerar e a aceitar, já que aqui não rola a pressão que temos sobre o quanto pesar, o que vestir, como parecer e aparecer... Isso ainda é tão estranho para mim... Nesses três anos estou tendo que confrontar meus traumas. Mas, faz parte do mergulho em mim, da mudança...

Perdi contato com quem não deveria, mas também com quem eu deveria. Dos que valem a pena ficam a saudade, as histórias para lembrar e a vontade de reencontrar, falar, rever, curtir... Dos que não valem, ainda restam histórias que teimam em serem lembradas, mas que estão sendo aos poucos guardadas em baús bem fechados e pesados. Vi na prática o que eu só conhecia na teoria: que amor e ódio as vezes estão pertinho, de mãos dadas, mas também que amor não acaba, não dá e passa ele só se transforma, muda de jeito quando é de verdade. E isso não só pra amor "peixonado", mas amor de familia, amigo... Digo mais eu te amo. Digo mais o que eu sinto. Com os holandeses aprendi a ser mais direta, mais franca... Perdi medos, preconceitos, pré-conceitos, estereótipos, perdi muita da vergonha que eu já não tinha hahahaha Ganhei outras, verdade.

Perdi minha avó Amélia (a morena "cravo-e-canela"). Estava longe para dar tchau... Perdi junto um pouquinho de mim, da minha alegria, ganhei uma saudade que dói, mas aprendi a encarar o medo da dor da morte distante. Aprendi a enfrentar o luto com mais força, já que dessa vez é um luto quase irreal, pela falta de viver o momento lá. Mas, ganhei uma estrelinha, ou uma estrelona dessas que não tem para ninguém, para a turma de estrelonas que cuidam de mim. Fiquei com mais saudade ainda e mais vontade ainda de estar o tempo todo junto da outra super-vó, Silvita (a branquinha). Cresci. Amadureci. Fiquei mais sábia, modéstia a parte. Aí não só a mudança toda, mas também os anos contribuíram hahahaha

Na parte prática, aprendi que roupa não é auto-passante e dobrante hahaha Que bagunça não desaparece, que a dispensa não enche sozinha... Nah, exagero! Mas, aprendi a cuidar da minha casa, de mim... Cuidar da minha filhota, do marido... Aprendi a me virar. E temos, né?! Chegar numa país estranho, com cultura estranha, hábitos diferentes, um idioma que é um código secreto (e isso só o torna mais interessante, cá entre nós) e ter que dar a cara a tapa... Nossa! Cheguei aqui fluente em inglês, falando um pouco de espanhol, arranhando o francês... Mas, e o holandês?! Ui!! Lembro que me arrepiava ao perguntar numa loja ou no ônibus "Do you speak English?" e ouvir "A Litôu bite"... Mas também, relaxar quando via que falavam mais do que eu precisava. Acabei aprendendo o holandês, pelo menos o suficiente para me comunicar, ler jornal, livro e revista, ver TV, não boiar no bate papo, ir resolver minha vida sem ter que ouvir "A litou bite" de resposta... Descobri que o cérebro é teimoso e às vezes teima em não trocar com algumas pessoas para o holandês, porque conheceu a pessoa em inglês... Tá, "pobreminha di cabeça dinheu". Mas já desaprendi um bocado. Entrei na fase de só lembrar da palavra em holandês quando falo inglês, em inglês quando falo português e português quando falo holandês.

Virei "chefa" pela primeira vez e chefe em holandês. O que me deu um orgulho enorme, mas também nunca tive um nível tão alto de estresse! Aprendi que gerenciar não é mole, ainda mais 17 e 8 pessoas (o quanto variou o meu grupo) e em holandês, tendo acabado de fazer o curso, de chegar no país! Aconteceu depois de 1 ano e meio aqui e 1 semana e meia no trabalho. Foi um desafio daqueles, mas ao mesmo tempo que estresseante, foi gratificante também. Aumentou o meu know-how, meu know-how sobre holandeses e em holandês hahahahahah. Aprendi que o estereótipo de funcionário público rola na prática não somente no Brasil como por aqui também, mas que tem suas vantagens. A ter dois pés atrás com colegas, no ambiente de trabalho, mas também que dá pra confiar em alguns. Ganhei centenas de colegas e uns colegas que viraram amigos...

Não sei andar de klompen (os tamancos daqui), mas também vivo numa provincia que não tem essa tradição. Não gosto de drop, nem de arenque cru (o haring), batata na agua e sal com uns vegetais e carne sem tempero ainda não é minha comida favorita hahaha Ainda não jogo tênis e não me dou bem em esportes coletivos com bola. Ainda não penduro a bandeira em dias especiais na janela, não amo levensliedjes (as musiquinhas bem bregas daqui), mas já levanto o copo e sacudo as maozinhas pro alto com eles quando tocam em final de festa nos pubs, rindo do povo bêbado. Já gosto de umas cervejas encorpadas, mas não da normal, da pielsen, especialmente na temperatura de garagem deles. Festa aqui em casa ainda rola comilança e não só chips com amendoim e um ou outro queijinho. Torta/bolo ainda é no final de festa e tem café e chá para quem quiser, apesar de não ser diretamente oferecido ahahahaha Eu amo minha bicicleta, mas ainda a tenho como lazer e não como primeira opção de meio de transporte, muito menos no inverno, com chuva ou vento e neve... Já sei diferenciar sotaques de algumas províncias e também do flamengo belga. pra mim vla não é sobremesa, mas mingau gelado. Ah, e eu ainda não uso calças curtas (capri largas ou um cadinho mais longas) com bota longa!

Fiz amigos que fizeram de mim uma ONU! Tive o prazer de conviver no mesmo espaço com gente do mundo todo, de aprender um pouco das culturas, de me enriquecer com isso. De trocar! Aprendi que trocar é uma das palavras mais legais do mundo na prática! Experiência, idéia, cultura, conhecimento... Trocar é do cacete! Hoje tenho amigos do mundo. República Checa, África do Sul, Turquia, Marrocos, Indonésia, Tailândia, Romênia, Polônia, Rússia, Uzbequistão, França, Irã, Iraque, Afeganistão, EUA, Papua-Nova Guiné, Somália, Nigéria, Bélgica, Argentina, Honduras, Equador, Chile, México, Cuba, Espanha, Curaçao, Aruba, Suriname, etc etc... Olha que delícia?! E isso porque eu nem mesmo coloquei os meus queridos brasileiros, perdidos por aqui como eu. Gente boa, mais que boa. Aprendi a me abrir menos, mas ainda me abro e quebro a cara, mas menos que antes! Aprendi a ser seletiva (infelizmente) e diferenciar amigos de colegas, de conhecidos, de gente que nem passo perto, de gente que é pra abrir a casa, gente pra encontrar em bar, em evento, só em fórum...

Aprendi um "tantão de coisa" sobre a Europa que eu só via em teoria de livro de história. Vi, vivi, senti... E isso é só o começo. Ver de perto, sentir na pele, passar pelos lugares, conversar com gente do lugar, tatear... Isso nenhum livro te ensina. Ver através de outros pontos de vista, observar, tentar entender, compreender, aceitar... Tudo isso é do cacete e faz parte do nosso crescimento, acho eu.

Claaaaarrroooo que nem tudo são flores e vida de imigrante não é mole, não é melzinho na chupeta, que vir para cá não é moleza, esse mergulho, essa mudança é diferente para cada um e enfrentar isso nunca é fácil. Dar de cara com você como você é, é mais assustador e difícil do que pensamos. Aliás, nesses três anos fiz terapia em holandês hahahahah E foi/é ótimo. chegar até aqui e o início é um calvário, é uma série de obstáculos que parecem intransponíveis, mas que depois vão diminuindo, mesmo que nem todos sumam. A burocracia é enorme, a distância é incrível, o frio gela os ossos (mas vivenciar 4 estações é o que há!), seguir as normas, leis, passar pelas etapas todas, voltar para a sala de aula, voltar a ser criança tendo que aprender o be-a-bá (e não só da língua), assistir vila sésamo e teletubbies (ok, isso é engraçado), correr muito atrás, meter a cara em livros para ficar tenso e passar (talvez nao de primeira) em testes que você nunca imaginou fazer e que valem "a vida" por aqui hahaha Mas a cada etapa vencida, cada obstáculo derrubado vem uma sensação de vitória, vem um alívio tão gostoso, tão bom...

Essa semana, gente, já posso dar entrada na minha cidadania que, no meu caso, pode ser dupla e só por isso estou animada! E como estou! A vantagem não é ter um passaportezinho vermelho do lado do verdinho (o meu ainda é verde!), para ir para filas mais curtas em aeroporto... A vantagem é ser de fato cidadã completa de onde eu vivo, de poder votar, de me meter em confusões do bem com mais vontade ainda! E de saber que eu passei por tudo isso, nesses três anos e que é o "último obstáculo burocrático" da vida de um gringo na "gringolândia dos outros", de saber que eu consegui vencer o idioma, conseguir vencer as etapas de um imigrante calouro por aqui... E aí, daí pra frente, os desafios aumentam, são outros, são mais nebulosos e instigantes porque não se sabe o que vem ;-)

Acho que poderia escrever mais uns milhões de parágrafos sobre tudo o que acho que ganhei e perdi, aprendi por aqui, mas acho que vou parando. O legal desse post foi, ainda mais que os outros, escrever deixando fluir, sem pensar demais, sem reler... Meio que um desabafo desses 3 anos. E sabem o que é o mais legal? O mais bacana nisso tudo?! É saber que estou só começando! Que isso tudo é só uma gotinha inicial! Que ainda tem muito mais por vir!!! É só 1 degrauzinho...

Beijooooooo

p.s: ainda tem um detalhe: O mais fantástico de tudo isso, dessa mudança toda, de ter achado que mudei tanto, aprendi tanto, perdi e ganhei tanto foi ouvir do meu pai que ele finalmente estava vendo e tinha a "Fefa de antigamente" de volta depois de anos! É mole?! hehehehehe

Thursday, June 10, 2010

Eleições por aqui... Parte II

Resolvi escrever um segundo post, ao invés de editar e acrescentar no primeiro como foi, ou melhor, está sendo a apuração. E, não, mais uma vez esse post não é para análise politica-economica-social (nem profunfa, nem rasa :-P). Para isso existe uma infinidade de jornais, sites e blogs de gente com mais autoridade no assunto que eu. Só vou tentar contar para vocês por alto e rapidinho como está sendo.


Pois é, minha gente, e aí?! Está mesmo entre Mark Rutte (VVD) e Cohen (PvDA) e está cabeça-a-cabeça, voto-a-voto disputadíssima (até agora, pouco antes das 9h). Mas o VVD deve levar, como já tinha dito ontem. Da disputa entre Jan Potter e Geert Malfoy, Draco venceu de longe (medo!), o PVV é o grande vencedor dessas eleições, mas também não levou. Explico: o PVV teve uma vitória assustadora. Era previsto que eles dobrassem o número de cadeiras em relação à 2006 (de 9 para 18), mas fizeram mais que isso. Estão em 24 cadeiras por enquanto... Já o CDA do Balkenende (Potter), teve uma queda enorme, de 41 em 2006 foi para 20, ou 21 em 2010!!! O VVD cresceu (está com 31 cadeiras), o PvDA caiu um pouco (foi para 30, perdeu 3)... A GroenLinks e o D66 também ganharam cadeiras, o que é de certa forma uma grata surpresa. Verdonk... Ah, o Trots op Nederlands (Orgulhosos pela Holanda ou coisa assim), partido dela, não levou nem 1 cadeirinha. Pelo menos isso.

Existe aqui um website StemWijzer ("apontador de voto") onde os indecisos podem responder uma série de 30 perguntas sobre questões gerais, propostas, como um teste "seu namorado te ama" da "Capricho", e de acordo com as respostas o site aponta qual partido se encaixa melhor com aquilo que vc quer. Sem comentários da minha parte, apenas um "Hmpf". O engraçado é que ontem, o tal teste foi feito de última hora e o diacho do site apontava PVV em primeiro e ToN (da Verdonk) em segundo hahahahahah Socorro! Aqui se pode votar desde de manhã cedinho até 21h, o que eu acho uma ótima forma de colocar todo mundo para votar sem atrapalhar a rotina diária, nem tomar um domingo, mas, mesmo assim, a presença foi baixa. Parece que foi coisa de 75 % dos eleitores.

Continuo impressionada com a quantidade de estrangeiros ou descendentes que votaram no PVV do Wilders. Acreditando piamente que suas propostas vão afetar apenas imigrantes islãmicos e concordando com essas propostas. E os argumentos são fracos, racistas, repetindo palavras e frases como se fossem holandeses de direita, ou os "holandeses menos favorecidos que tiveram seus empregos tomados por esses imigrantes"(assim, entre aspas, por favor). Eu posso?!?!?!?! Reclamando que os islãmicos têm mais facilidades e direitos por aqui. De fato acontece e muitas vezes irrita a nós que fizemos tudo certinho e tal, e tivemos que passar por um calvário. Masssss, isso pede reformas nas leis e medidas de forma coerente, inteligente e não radical e racista como eu tenho ouvido e lido das do PVV. Eu quero ver como vai ser quando a cobra fumar, a corda estourar para o lado dos imigrantes (TODOS) e essa "superioridade" de alguns tupiniquins for colocada em prova. Aliás, não quero não porque, como imigrante estou bem dentro desse barco.

Os resultados dessas eleições demonstram que o barril de pólovra está beeeeeem cheio e prestes a estourar. Quero ver como esses quatro anos serão e o que vai acontecer nas próximas em 2014. Nessas eu vou poder votar, se nada mudar e o barril não estourar antes, claro. Se alguma coisa mudar, amanhã venho aqui editar o post com novidades. Eu vou ficando por aqui e comemorando a vitória do Rutte e do VVD, ou melhor, vou comemorando o fato de que o chucky-malfoy-wilders AINDA não levou. E na esperança de que 4 anos de um governo moderado, com um PvDA juntinho e de olho, irão mudar algumas coisas, melhorar várias e fazer com que os direitos dos imigrantes sejam os mesmos para todos os imigrantes e a intolerância diminua.

Beijo!

Wednesday, June 9, 2010

Eleições por aqui...

Hoje é o dia!

O dia em que os holandeses decidem por mim se eu fico por aqui ou saio correndo, nem que seja para a Bélgica. Por mais que as pesquisas, jornais e as pessoas digam que não, há sempre uma chance do Wilders ganhar. E aí?! Vamos ver no que dá. Exageros a parte, não sei se sairia correndo daqui se a figura fosse eleita, mas também não me sentiria tão segura ou confortável. Está ficando confuso para quem está por fora, né?! Bem, vamos por partes:


Hoje é dia de votar na Holanda. Não uma eleiçãozinha à toa, mas uma do "naipe"como a que nós, brasileiros, vamos enfrentar em outubro. As eleições por aqui não são obrigatórias, ainda é no papel, e não há zonas pela cidade (há um ou dois pontos) nem "zona" - do que eu até sinto falta (não dos papeis pela rua, mas da festa, das bandeiradas...). Não há "título de eleitor" e eu acho que os holandeses são bem menos conscientizados que nós.

Bom, as eleições de hoje estão chamando a atenção por causa da figura polêmica estranhérrima do Geert Wilders (e perigosissima, com um "quê" de Adolf, na minha opinião), dentre outras coisas. Wilders (aquele que fez o tal filmeco sobre o islã, Fitna, que foi barrado na Inglaterra, que vive com seguranças, com quem ninguem quer andar de avião e aquele que deveria casar - acho eu - com a Rita Verdonk. Ui. Cruz credo!) fundou o PVV (partido da liberdade, em tradução livre), depois de ser expulso e de criar um "partido de um homem só".

Muitos acham que ele é tão patético e ridículo que não deve ser levado a sério, que serve para as piadas e charges, hmmm... Acontece que o partido do palhacinho é dos que mais cresce e ficou em segundo lugar nas eleiçoes parlamentares no início do ano. Mas, qual a razão do fuzuê todo em torno dele? Ele, agora o "PVV", tem propostas extremamente polêmicas e radicais sobre alguns assuntos e o foco está na imigração, principalmente a imigração "indesejada"(países como Turquia, Marrocos). Leiam mais sobre a figura e suas propostas no link que eu postei, wikipedia, no nome dele no início do parágrafo. Infelizmente está em inglês, não há verbete em português sobre ele.

Eu já vi alguns brasileiros que moram por aqui declarando apoio à "pessoa" (? ) e dizendo que ele tem mesmo é que dar jeito nesses mulçumanos, nesse islamismo... E que na verdade ele "só é contra" a "esse tipo de gente". Ah, cacete! Fala sério. Esse tipo de gente???? E nós brazucas somos o que? Até onde eu sei, somos também imigrantes. Talvez evangélicos, católicos, judeus, espíritas, ateus... Mas todo mundo imigrante, todo mundo no mesmo barco. Eu me assusto ao ver alguns patrícios se achando superior, melhor que os outros, ou achando que mudanças nas leis de imigração não os (nos) afetaria. Como se o nosso tão amado jeitinho brasileiro fosse São Loguinho e desse jeito pra tudo. Gente, gente, o buraco é beeeemmmm mais embaixo.

Uma coisa engraçada são alguns dos argumentos que eu ouço dos imigrantes pró-wilders: Eles dizem, além do que eu já comentei, que o Wilders não vai ser assim tão cruel com todos os imigrantes, com quem não é islâmico, porque (juro) ele é casado com uma romena e parece que ele tem indonesios no passado (deve ser lá na época dos pithecus). Ai, meu São Crispim, tenha dó de mim! Talvez eu esteja exagerando, sendo pessimista, alarmista (espero que sim!), mas para quem conhece um pouquinho da história do mundo (e recente!!!) dá a sensação de que já vimos esse filme, não?!

Bom, mas eu confesso que estou bem mais por fora do que eu gostaria e do que eu deveria em relação aos outros candidatos e partidos holandeses. Eu sei, por alto, que alguns me atraem mais que outros (PvDA - curiosidade: assim como o PDT, o PvDA faz parte da internacional socialista por isso os simbolos - , D66, Groen Links, Dieren... mais que VVD, por exemplo. ). Mas o que eu sei mesmo é que eu não vejo a hora de poder votar por aqui também, aí ninguém me segura. Os holandeses já morrem de rir comigo dando pitaco, palpite, perguntando sobre o passado, presente e futuro, sobre as propostas (e colocando eles em saias justissimas, pois a maioria está tão por fora quanto eu). Eu acho que votar é não só um direito mas um dever, como cidadão (isso se estivermos conscientes, claro. Não tem nada pior que voto de cabresto e coisas do gênero).

Ao que tudo indica Mark Rutte do VVD (centro) deve ganhar. JP Balkenende/ Harry Potter, não deve levar de novo. Isso aqui é as vezes uma bagunça. Volta e meia o gabinete cai, o governo cai, muda tudo... E o pior é que raros são os holandeses que sabem a razão, entendem o porquê. Eu lembro que fui visitar o parlamento uma vez, nos bastidores, com uma amiga da minha tia que trabalha lá dentro, e foi um dos dias em que o governo tinha caído. Era uma zona... Eu estava de sobretudo e fui parada pelo segurança que pediu para eu colocar no escaninho com a minha bolsa (por segurança: eu poderia estar escondendo alguma arma ali. Faz parte). Acabei no restaurante interno comendo uma bela sopa de feijão.

Desde que vim morar aqui me incomodava por não votar, por ter que justificar meus votos das eleições no Brasil, ter que ir no TRE, escrever cartinha para o "meu juiz". Poxa, eu tirei meu título assim que fiz 16 anos e votava cheia de orgulho. Cansei de acompanhar meus pais em campanhas e - confesssooo - boca de urna, de colocar botons e fazer bagunça mesmo pivetinha, fui para rua, pra passeata... Sempre tentei me envolver de alguma forma... Me senti castrada. Maaaaaaaaaaasssssssss, agora não, estou feliz da vida porque, apesar de ainda não poder votar nas daqui, em outubro vou votar de novo! Transferi meu título para cá e vou, ao menos, poder votar para presidente. Não é tudo, mas já é uma grande coisa. Ih, já estou desviando, indo para eleições brasileiras e isso eu deixo para outubro.

Achei essa reportagem no terra que fala um pouco sobre os candidatos (a foto desse post também é a do terra). Aí vai o link e um pedacinho:


Holanda: economia, Islã e Afeganistão protagonizam eleições  





Mark Rutte
O líder do partido liberal VVD. Rutte, 43 anos, lidera as pesquisas eleitorais e aparece como favorito destacado para se tornar o novo primeiro-ministro do país.
Ele já anunciou que, devido à crise, provavelmente terá que realizar cortes orçamentários na ordem de 20 bilhões de euros, incluindo de serviços sociais se for eleito. Contudo, ele promete não adotar a impopular medida de mexer no sistema do país que subsidia o refinanciamento de hipotecas feitas por proprietários de casas.
Ex-ministro de Assuntos Sociais, Rutte tem a maior confiança da população para comandar a economia holandesa em tempos de crise.
Job Cohen
Cohen, 62 anos, é conhecido como o Obama da Holanda. Após a renúncia da coalizão que comandava o país, ele deixou a prefeitura de Amsterdã para assumir o comando do partido social-democrata PdvA e conduzi-lo nas eleições gerais.
Advogado, judeu e filho de acadêmicos, Cohen foi visto como conciliador por, após o assassinato do cineasta Theo van Gogh por radicais islâmicos em 2004, convocar para o diálogo comunidade islâmica do país.
Contudo, ele não é visto pela população como a pessoa ideal para lidar com a crise econômica e a classe média expressa desconfiança em seus planos de retirar as vantagens para os proprietários de casas no refinanciamento de hipotecas.
Jan Peter Balkenende
Jan Peter Balkenende, do cristão-democrata CDA, foi o primeiro-ministro do país durante oito anos, período no qual comandou quatro coalizões diferentes. Contudo, Balkenende, 54 anos, foi incapaz de encontrar um nome mais novo dentro do partido para sucedê-lo antes de se desgastar politicamente.
Balkenende renunciou em fevereiro após sua popularidade sofrer um grande abalo devido à descoberta feita por uma comissão de que ele havia apoiado a invasão americana ao Iraque, quando deveria ser claro para ele que não possuía respaldo legal para isso.
Muitos holandeses ainda acreditam que o CDA conseguiu manter o país sólido política e economicamente apesar da crise atual. Contudo, a presença de Balkenende como líder do partido fez com que ele caísse para a terceira posição nas pesquisas.
Geert Wilders
Geert Wilders, 46 anos, do partido de extrema-direita PVV, defende uma plataforma anti-imigrantes islâmicos e de redução de gastos do governo com a União Europeia.
Próximo a Israel, Wilders deseja banir os imigrantes muçulmanos, a quem acusa de serem responsáveis por grande parte da criminalidade no país. Ele critica seus rivais por terem atraído os muçulmanos ao país com promessas de bem-estar social e fechado os olhos para o fato de que a "Holanda em breve terá mais mesquitas do que igrejas".
Apesar de ter poucas chances de ganhar as eleições, a expectativa é de que o PVV dobre o seu número de cadeiras na Câmera Baixa do Parlamento, saltando de 9 para 18.
.........


Eu vou ficando por aqui, morta de curiosidade sobre o resultado de hoje com os dedos cruzados e muitas perguntas e dúvidas.

Beijos

Monday, June 7, 2010

Parte I. Vale do Mosel, Luxemburgo e Trier em 4 dias.

Em poucos dias, um roteiro, uma combinação perfeita. Eu sei, eu sei... Demorei! Mas, queria escrever com calma (opa! Lá vem uma bíblia ou uma enciclopédia pela frente!!) e essas semanas foram mais agitadas do que eu esperava. 
Como eu já contei, passamos um fim de semana prolongado num lugarzinho no meio do nada. Um vilarejo beeem pequeno, chamado Nittel, no vale do rio Mosel (Ai! Descobri que em português é "rio Mosela"! Que feio!), próximo a uma ponte em que da metade pra "lá" é Luxemburgo e da metade pra "cá"(onde estávamos) é Alemanha. Chegamos numa sexta-feira a tarde e saímos na segunda-feira de manhã e deu para, nesses três dias (duas metades e dois inteiros) conhecer a cidade de Luxemburgo (fica há 30 km do vilarejo), a cidade de Trier (uns 20 km de Nittel) e também a região próxima de onde estávamos, dirigir pelo delta, pelo vale... E deu para fazer com calma, vendo muita coisa, aproveitando. No final o roteiro turístico, que não tínhamos, ficou perfeito. 













Antes. Não conhecíamos a região então, mais uma vez, fomos fuxicar não na internet (isso fizemos depois), mas nos guias "Capitool" (esqueci o nome da série no Brasil, era editada pela "Folha"). O da Alemanha tem muita informação sobre a região ao redor do Mosel e sobre Trier. Esses guias são ótimos, super bem escritos, com imagens e mapas na medida certa, ótimas dicas... Só têm um porém, os bichinhos são muitas vezes pesados para carregar na mochila em city-tour a pé. Para Luxemburgo, como não tinhamos o capitool e eu não achei para comprar, usamos um da ANWB bem bonzinho também (depois eu descobri que a mesma linha da ANWB tinha um só sobre o Mosel). Fuxicar os guias, dar uma olhada no google é mais para ter uma idéia do que vamos encontrar pela frente, marcar pontos de interesse do que de fato planejar cada dia em minutos. Detestamos! Saímos daqui sabendo que queríamos fazer o que fizemos: visitar Trier (uma das cidades mais antigas da Alemanha, ou a mais), visitar Luxemburgo e aproveitar o vilarejo para descansar, relaxar. 


O Hotel. Ficamos num hotel super agradável, Niteller Hof, cujo lema é "vocês chegam como hóspedes e se despedem como amigos", ou qualquer coisa do gênero, e é verdade! O pessoal do hotel é hiper agradável, gentil, na medida certa. O gerente é uma figurinha e fala holandês, alemão, inglês, francês fluentemente e ainda arrisca um "boa notche! bonapetito"). Não é um Hotel gigante, mas também não é uma pousadinha. É um prédio bem no estilo da região, bem decorado, com um restaurante recomendadíssimo e, pela qualidade, em conta (não é baratinho, mas fica bem a preço de restaurantes normais na Holanda e bem abaixo de restaurantes do mesmo nível por aqui). Fora que eles fizeram nos porões um mini-spa, com uma psicininha, area de massagens (a parte), espreguiçadeiras para relaxamento, sauna (todo mundo peladão! É, é o normal por aqui. Não é a minha. É besteira, sou fresca... mas sei lá, sentar onde aqueles bunda-branca sentam a bunda branca cabeluda sem nada... Eca. Fora ficar lá do lado do povo com os balangandãs soltos, eu nao relaxaria. hahaha)... Os quartos são bem distribuídos, não ficam amontoados, internet liberada e um café da manhã sensacional. 


Ah, sim! E o hotel serve vinho das vinícolas da região (e tb de fora) e os vende a preço normal. Voltamos, ou melhor, voltei com 4 brancos, 2 rosés (1 pra sogra!), 1 mostarda ao vinho branco seco (tinha ao demi e ao doce também, mas tive que escolher...) e 1 garrafinha de azeite especialissimo. Ganhamos ainda uma garrafa de champanhe, oops, espumante seco. Deu para ver que gostamos pouco, não?! hehehe Chegou ao ponto de começarmos a procurar defeito e o único que encontramos foi estarem reformando a casa em frente a nossa janela (detalhe: pela paisagem e não pelo barulho).  


O Vilarejo. Nittel não tem muita coisa além de vinícolas, hotéis, casas, vinhedos e restaurantes (ou a combinação de todos em um mesmo estabelecimento), o que para nós, turistas, não poderia ser melhor. Tem ônibus direto para Trier e para Luxemburgo e uma estação de trem (em obras), à beira rio, que vai também até Trier. Vi muitas famílias morando em Nittel, mas a maioria eram casais aposentados, mais idosos. Tudo bem cuidado, limpo... Bem pertinho, do outro lado da ponte, já em Luxemburgo, tem uma cidadezinha maior, com centro, lojas e tal, mas nem fomos. Há também uma capelinha construída em 1300 mais ou menos. No hotel o gerente figura faz um tour a noite, com tochas (parece caça ao Frankenstein) pelas ladeiras e vinhedos, mas tem que ser marcado com antecedência e que, claro vamos fazer da próxima vez (próxima de muitas). Ah, sim, e no Nitteler Hof há aluguel de bicicletas a 12,50 euro por dia e você pode ir para qualquer canto com elas. O povo desce o vale, vai para Trier, Luxemburgo, Saarburg... Super legal, mas lembrem-se de que há sempre a volta e é um vale, há subida, ladeiras... Bom... 

O Vinho. Nham!!! Outra coisa boa do vilarejo, e de todos os vilarejos da região, é a facilidade de se tomar um bom vinho, por um preço razoável e há poucos passos do seu colchão e... do seu banheiro. Horrível comentar sobre isso, mas é fato! Quando não se está acostumado a tomar vinho, a tomar vinho branco, e a tomar vinho branco do mosel, é bom não arriscar hahahahahaha A quantidade de vinhedos e vinículas assusta. Qualquer terreno, quintal, esquina livre é coberto de parreiras. O tema vinho-uva-parreira é usado por todo o canto, na decoração, esculturas e plaquinhas de ferro nos bares, prensas e decantadores de madeira pelas praças... Eu nunca fui fã de vinho branco, não gostava, mas tive que provar e... Ai, ai. Muito bom! Confesso que prefiro o doce, que é quase um liquor, mas nada enjoativo (o que é perigoso) ainda mais se "estupidamente gelado". Eu amei o que serviam no hotel - Frank's "Exotic" 2008 Kerner - da Armand Frank/ Weingut Carlsfelsen, que fica em outro vilarejo, chamado Palzem. Telefone para os interessados: (00 65 83) 5 35 (está assim no rótulo!! E, claro, a garrafa é azul hahaha). Eu paguei em torno de 6 euros a garrafa. 



Sim, eu sei que encontramos ótimos vinhos por aqui, nos supermercados, mais em conta (não necessariamente do Mosel). Mas vale a pena. É um vinho fácil de ser tomado, nada de cheirar-girar-cuspir e analisar em voz alta os tons-cheiros-sabores-aromas-notas. Nada de enochatos, por favor! É um vinho para se tomar com os pés para cima, olhando o pôr-do-sol, degustando sem querer fazer tipo (aliás, acho que todo vinho deve ser tomado assim também). Como eu comentei lá no início, eles fazem mostarda caseira com os vinhos da região, nas três versões (seco, demi/semi e doce), eu paguei 4,5 no pote, mas vale a pena! E também o vinagre que é maravilhoso, pena que a garrafa é bem "inha". Outra coisa que eu amei foi tomar sorbet (o sorvete sem creme) com champanhe. Escandaloso. Tomei um de maracujá com uma dose de champanhe... Ai!!! E olha que eu não gosto lá de maracujá, hein!? E, quem quisesse tomar o café da manhã ao champanhe também tinha uma garrafa à disposição no buffet do hotel. 


Continua... (e muito :-P)


Beijo!



Thursday, June 3, 2010

"Batatinha" com abajour na cabeça: Esterilizar ou não?

Post para as cachorrólatras de plantão...


Na terça-feira "decidimos uma indecisão", dessas que ficam martelando e incomodando com dúvidas, prós e contras... Que quanto mais pensamos, mais perguntas e dúvidas aparecem... Sabem como? Então: esterilizamos a Kira, nossa filhotinha quatro-patas. E foi a melhor coisa que fizemos!


Muita gente é contra, acha que é um trauma desnecessário para a cadela (ou o cachorro), que é caro demais, não vale a pena, que é invasivo demais... Bom, eu já estava convencida de que seria a melhor coisa pra ela, mas isso vem de toda a minha experiência, sendo bichólotra criada por bichólatras e neta de veterinário-bichólotra. Por tudo o que eu já vi, vivenciei, ouvi nesses 31 aninhos (recém-completos, ok?), sei que os prós são muito mais numerosos que os contras nesse caso, quando, acima de tudo, não há intenção de ter filhotes. O mesmo vale para quando se sabe que a cadela não vai mais ter ninhadas. Não é por ser um "método anticoncepcional", que é também, mas é pela saúde. A esterilização não é para "ligar as trompas", na verdade se retira tudo e isso evita que no futuro a cadelinha tenha inflamações sérias e mesmo tumores, câncer no útero e ovário, especialmente com a idade. Fora que, para quem não quer colocar calcinha com absorvente (fica ridiculo, mas fofo), nem ficar limpando a casa o tempo todo, é uma mão na roda. 


Bom, chega de papo "técnico", vou contar como foi. Não, não a operação, até porque eu não assisti e não é um blog "plantão médico". Mais uma vez fiquei hiper bem impressionada como as coisas acontecem por aqui. Já tinha ido à veterinária antes e tinha gostado. Nós marcamos a cirurgia da Kira na semana passada e eles só pediram que ela estivesse lá às 9h, em jejum. E lá fomos nós com nossa macaquinha (ou batatinha, patatje, kiralda, kiroca, kiratje, kiki... como queiram). A veterinária nos chamou, pediu que NÓS pesássemos a Kira, a colocássemos sobre a mesa... Nos avisou que daria então a anestesia (Todo o tempo nos falava o que iria ser feito, acho isso bem bacana), em seguida, pediu que fossemos para a sala de espera de novo, com a Kira (hã?!) e ficássemos com ela até que a anestesia fizesse efeito e ela dormisse (Ah! entendi). Tudo programado para evitar que o trauma de uma cirurgia fosse ainda maior, que o nível de estresse fosse grande. Amei. 


Estávamos preocupados porque a Kira tem pavor de ser abandonada, deixada para trás e isso vem desde filhotinha. Adotamos nossa filhota em junho do ano passado, ela tinha menos de um ano e meio, tinha sido resgatada filhotinha pela dierenambulance e já tinha sido adotada e devolvida uma vez e essa adoção parece que não foi das mais legais pra ela, ou seja: coisa demais em menos de 1 ano e meio de vida. Mas, hoje ela é babada, dengada, apertada, cosquinhada... E mais que amada. Bom, sabendo desse pânico, tínhamos até decidido que eu ficaria com ela até a cirurgia começar, para que ela não ficasse em um canil até a hora. Ficamos aliviados quando vimos que era tão diferente do que conhecíamos. Eu nunca tinha visto no Brasil essa técnica (simples, barata e óbvia) para deixar o cachorro mais confortável, mais tranqüilo. Tão humana, tratando como um ser e não como uma coisa. Mais uma vez, amei. 


Quando ela apagou no meu colo a veterinária veio com a assistente e de forma carinhosa me perguntou se elas poderiam assumir dali pra frente, se EU estava ok, preparada. Claro. E disseram que eu poderia ligar um pouco antes de meio dia para ter notícias, saber se ela já estava acordando... E que por volta das 14h30 poderíamos buscá-la. Bom, as 11h45 (coisa de mãe, vai, quase meio dia) me avisaram de que tinha sido perfeito, de que ela estava acordando bem rápido, mas que estava calma, dormindo sobre um almofadão sob uma luz para mantê-la quentinha e confortável. ohhhh. Como mãe-de-filhota-4-patas que sou, fiquei aliviada e quase chorei com o tratamento que a filhota estava recebendo depois de tudo que ela já passou na vida. Eu sei... Mas, sou assim hahaha. Às 15h fomos em petit-comité buscá-la: Eu, a sogra-vó (que baba tanto ou mais que eu) e a Marenne. Marenne é a menininha que eu comentei no post "coisas de remelvarti", ela continua vindo aqui quase todos os dias para brincar com a Kira, passear com ela. E é ótimo, pra todo mundo! Pra ela, pra Kira, pra nós... 


Marenne chegou aqui com um cartão de aniversário para mim e três presentinhos para Kira, para ela melhorar!!! Embrulhados em papel rosa com fita prateada e tudo! Levamos para o "hospital". Chegamos lá, Batatinha ainda estava beeeem molenguinha, acordando, mas feliz da vida e doida para ir embora. Poucas recomendações necessárias: não se esforçar demais no primeiro dia, não subir escada, tomar analgésico por mais dois dias e... Não deixar lamber os pontos!! Ou seja: Abajour (ou jur) na cabeça! Ai. E isso por 10 dias! Até dia 12. Quem conhece a filhota sabe como vai ser para fazermos isso: Ela é agitadíssima, adora correr, "rueira"como o quê, pula de um sofá para o outro quase como esquilo-voador, sobe a escada em quase um pulo... Assim que botamos o abajur (ou jour :-P) em volta do pescoço, ela ficou doida, parecia uma injeção de adrenalina. Ai... A noite seria longa! A noite, os dias...




Ela nos surpreendeu. Não ligou a mínima para os pontos, pelo menos ainda não (quando começar a cicatrizar e a coçar ela vai endoidar), o que permitiu que tirassemos o abajour dela e que ela ficasse sem a maior parte do dia,só colocamos mesmo quando saímos e quando vamos dormir. Por falar em dormir, o que é isso mesmo, hein?! Aff... Ela dorme entre os quartos, na caminha dela, mas por causa da escada, decidimos coloca-la no chao no quarto, perto de mim. A primeira noite foi de cão (no mal sentido. Então, de "gato" pra ela). A bichinha não arranjava posição para dormir pelos pontos, pela dor e pelo abajur. Não chorava, mas gemia de cortar o coração. Terminou em cima da cama, com a gente dengando, acalmando... A noite foi feita de cochilos. De manhã, com o analgésico, ela conseguiu dormir e a segunda noite foi bem melhor. 




Ontem corri no veterinário porque um dos pontos soltou, mas era um externo, então é so manter o curativo limpo e ficar de olho. Que bom. A figura está cheia de energia, revoltada por não poder ir rolar na lama do parque, nadar no laguinho, correr solta... Já está latindo para o vizinho, puxando a gente na coleira... Ótimos sinais. Ontem comeu um pouco, atacou um dos presentinhos da Marenne (o sapatinho) e comeu inteiro... Ufa. Deu certo! Está dando certo! Estou feliz com nossa decisão e com a certeza de que foi o melhor pra ela. 


Beijocas!!!


P.s: Esqueci de contar: o analgésico que ela tem que tomar é para cachorro. Até aí nada demais. Mas é em formato de bloquinho de ração e com cheiro e, segundo a bula, gosto de biscoito de cachorro. Perfeito!! Não temos que enfiar goela a baixo e segurar o focinho, nem esconder no pão, ela pega com gosto da nossa mão e ainda olha querendo mais!